"eu te quero por inteira, mulher". acho que foi essa a última frase que escutei antes de desabar. depois de um porre fenomenal, eu já não conseguia distinguir o que era real ou fantasia. quando J. me deixou, parei pra pensar naquilo que eu chamava de nossa vida - o que certamente só existia na minha mente tão congestionada. vezenquando eu conseguia concretizar aquele sofrimento moralista em uma única lágrima e assumir em meio a um soluço e outro que eu não sabia o que fazer com aquele pedaço de amor que me restara. eu não sabia o que fazer para esquecer J., então tive que aprender a viver me esfolando. depois de tanta coisa machucada e desgastada, eu desenvolvi uma maneira de congregar toda a minha insatisfação em um único ato. veio-me a ideia: primeiro sofre-se, depois escreve-se por vingança.

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